A Figueira Estéril

“E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome, e, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto”. (Marcos 11.12-14)

No dia seguinte foi numa segunda–feira da Semana da Paixão, eles saíram de Betânia, uma aldeia na encosta leste do monte das Oliveiras, quase 4 Km de Jerusalém, e última parada na estrada de Jericó a Jerusalém.

A Bíblia diz que Jesus teve fome. Assim como nós, Jesus tinha emoções e necessidades físicas como: comer, dormir, descansar, chorar, sorrir, sentir dores, sentir fome e sede e precisava satisfazer esses instintos naturais. A dupla natureza de Cristo, a divina e a humana, é confirmada nesse texto.

“Jesus estava com fome ....foi ver se achava algum fruto na figueira ... nada achou, senão folhas ..."

Jesus procura um fruto naquela arvore e não achou, não procurava qualquer fruto, mas um fruto bom e não encontrou.

Porque Jesus sendo Deus onisciente vai a figueira mesmo sabendo que não encontraria frutos? Como procurar figos fora do tempo? Diz o versículo acima que não era tempo de figos. Porque Ele amaldiçoou a figueira, se ela não estava no tempo de dar frutos? Jesus não faz nada por acaso. Houve uma razão de ser.

Naquela figueira, como na vida de muitos cristãos, havia:

a) Muita aparência: Aquela figueira tinha “aparência” de abundância de vida.

As figueiras da região de Jerusalém normalmente começam a brotas as folhas no mês de março ou abril, mas não produzem figos até terem a folhagem plena, em junho. Esta figueira era uma exceção, por já estar com plena folhagem na época da Páscoa.

Tem muitos cristãos nos dias de hoje, que só vivem de aparência; têm cargos na igreja, alguns estão na liderança, porém, se não deixarem Jesus reinar em suas vidas, acabam igual àquela  figueira: aparentam vida mas não passam de verdadeiros sepulcros caiados.

b) Uma esterilidade absoluta: "... nada achou, senão folhas ..." (v.13)

Mas a beleza das folhas (diplomas, cargos na Igreja, status, reconhecimento, etc.) não podem enganar a Jesus, que espera de nós o essencial: frutificação. Jesus procurará os frutos da vida cristã. Deus espera de seu povo que frutifique aquilo que nos foi confiado.

Uma boa árvore é conhecida pelos seus bons frutos e não pela sua folhagem.

"Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis". Mt 7:16-20)

O Juízo

E disse Jesus:

“Ninguém mais como de seu fruto” (v 14)

“E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que tu amaldiçoaste, se secou. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito”. (Marcos 11.20-23)

Na terça-feira pela manhã eles "... viram que a figueira se secara ...".

Então disse Pedro: "... a figueira que amaldiçoaste secou."

Em Mateus vemos que a figueira se secou imediatamente. (Mt 18.19)

A figueira cheia de folhas devia ter frutos, mas essa foi amaldiçoada por não ter nenhum. Era uma figueira totalmente inútil.... estéril.

Nos três primeiros Evangelhos, vemos que no final do ministério de Jesus, ele faz a purificação do templo e logo após ele amaldiçoa uma figueira por não fornecer fruto, fato que ressalta o caráter imediato do julgamento. Talvez o episódio fosse uma parábola do juízo, com a figueira representando  Israel.

Por trás daquela figueira bonita e cheia de folhas; porém sem frutos, tinha uma grande mensagem do Reino de Deus tanto para os discípulos como para nós nos dias de hoje.

Quando estamos ligados a Jesus pela fé, temos uma nova vida de amor. Esse é o fruto que Jesus produz enquanto trabalha em nós: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (João 15.5).

Quantos que já exerceram lideranças na igreja, receberam títulos e elogios, mas ao invés de frutificar mais para Cisto, pararam de buscar, entrando no fatal processo de acomodação e hoje encontram-se fracos espiritualmente e muitos já estão afastados.

Observe os três tipos de árvores encontradas no reino de Deus, e reflita sobre cada uma delas:

1-Árvore bonita cheia de folhas, mas porém sem frutos (estéril);

2-Árvore boa cheia de bons frutos (frutífera);

3-Árvore má cheia de maus frutos (infrutífera).

Qual árvore você tem sido? Árvore bonita cheia de folhas, mas porem sem frutos? Árvore bonita, boa  e cheia de frutos? Ou árvore até  atrativa, mas com frutos maus?

Lembre-se quando o Senhor vier, ele quer te encontrar com bons frutos, frutificando em tempo ou fora de tempo. Lembre-se que a árvore infrutífera ou má será cortada e lançada ao fogo, para que dê lugar à outra.

Jesus afirma:

”Já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”. (Mt 3:10)

 “Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo”.  (Mt 7.19)